RECONSTRUÇÃO DE BENTO RODRIGUES, PARACATU DE BAIXO E PONTE DO GAMA: tecnologias sociais para a produção coletiva do espaço

RESUMO : O foco dessa pesquisa é a potencialização do direito dos moradores das áreas atingidas pelo rompimento da barragem de decidirem, de forma organizada, sobre os processos de reconstrução dos novos espaços do vilarejo Bento Rodrigues. A resposta para a questão norteadora: Que tecnologias sociais podem ser empregadas pelos moradores, das áreas atingidas pelo rompimento da barragem, com vistas a possibilitar a atuação direta deles no processo de planejamento urbano e de arquitetura dos novos espaços a serem reconstruídos, pressupõe o desenvolvimento de tecnologias sociais, de base crítica, para os usuários atuarem de forma ativa no processo de produção do espaço possibilitam ganhos de autonomia, emancipação social, reconstrução da memória e do sentido de comunidade. O objetivo geral é investigar, elaborar e implantar tecnologias sociais destinadas aos moradores atingidos, de modo que eles possam atuar de forma ativa no processo decisório a respeito da reconstrução dos novos espaços dos vilarejos. A investigação, o desenvolvimento e a implantação de tecnologia social, de base crítica, para o controle coletivo da reconstrução de Bento Rodrigues, justifica-se pelo caráter social da própria mobilização dos moradores, que em seu cotidiano se autoorganizam em busca de condições socioespaciais para garantir a sobrevivência de seus membros e a qualidade de vida da comunidade. Esta proposta origina-se da experiência do Escritório de Integração (EI) do Curso de Arquitetura e Urbanismo, em especial das edições várias do Programa Construção e Cidadania e da recente assessoria técnica às ocupações urbanas em Belo Horizonte, que desenvolve e aplica tecnologias sociais, de base crítica. Espera-se que sejam desenvolvidos material pedagógico-didático, como maquetes, painéis, filmes, cartilhas e informativos, para que os moradores possam se empoderar do processo decisório de Reconstrução de Bento Rodrigues, através da produção coletiva de planos diretores com diretrizes para ocupação do sítio e reconstrução da cidade. Esse material irá contribuir para a conquista do direito dos moradores não apenas à terra urbanizada ou à moradia, mas a uma cidade, com a qualidade que o conceito ainda guarda, inclusive em sua dimensão política.