Espaço Ocupado: Possibilidades de urbanização em assentamentos informais a partir da morfologia urbana já constituída

RESUMO : Essa pesquisa investigará como os processos de urbanização de assentamentos precários promovidos pelo poder público em vilas e favelas de diversas cidades do Brasil, tem acarretado em soluções urbanas totalmente desconexas ao contexto físico ambiental e social desses lugares. Tento esse estudo inicial em mãos, toma-se como objeto da pesquisa os processos de regularização e urbanização eminentes que diversas ocupações urbanas de Belo Horizonte estão vivenciando. Assim, é possível repensar e avaliar se as soluções propostas para esses assentamentos poderão ir em uma outra direção. Dessa forma, as ocupações da região Izidora (Rosa Leão, Esperança e Vitória), situadas no norte de Belo Horizonte, divisa com Santa Luzia, tornam-se de total interesse da pesquisa. A hipótese é que essas ocupações vivem hoje um quadro diferente de alguns anos atrás, quando aconteciam reiteradas tentativas de reintegração de posse desta região em desfavor às milhares de famílias que a ocuparam em 2013. Segundo as lideranças, hoje o poder público, através da Prefeitura de Belo Horizonte, tem demonstrado uma atitude favorável em relação a permanência dessas famílias. Por meio de um lento processo de discussão sobre a urbanização das ocupações, que envolve além dos moradores, representantes de movimentos sociais e técnicos apoiadores, começa-se a esboçar as possíveis soluções técnicas as quais esses territórios serão submetidos. Investigar esse processo é interesse fundamental da pesquisa. Compreendendo o espaço urbano como produto e produtor de processos históricos, políticos, culturais e sociais, é necessário pensar quais as possíveis articulações entre política, planejamento e gestão, capazes de atender as necessidades urgentes de urbanização desses assentamentos informais. Tal questão coloca o desafio do reconhecimento do espaço autoproduzido como campo profissional do arquiteto e urbanista, campo esse muitas vezes negligenciado pela academia. Por isso a importância de tratá-lo em uma pesquisa, o que possibilita a busca por inovação de práticas relacionadas a um planejamento urbano mais coerente com as demandas reais das cidades brasileiras, que acontecem na sua grande maioria sem a presença de técnicos.