Na urgência

No caso das ocupações da Região da Izidora (RMBH), com as quais trabalhamos desde 2014, a primeira fase de assessoria técnica coincidiu com um momento de grande tensão, marcado por diferentes expressões de violência e de violações de direitos: ameaças de despejo, escassez de recursos, submissão ao tráfico de drogas e sentidas mortes de lideranças. Nessas situações de urgência, o PEU foi intensamente requisitado para atuar na legitimação das ocupações (elaboração de maquetes, mapeamento e endereçamento das casas; assessoria a lideranças na mesa estadual
de negociação sobre o conflito fundiário; pareceres técnicos contra a remoção forçada; planos urbanísticos de conciliação entre a proposta da empresa investidora e os interesses dos moradores), na socialização de informações aos moradores (placas sobre áreas de risco e folhetos sobre os termos da negociação do conflito fundiário), na colaboração na mediação de conflitos (oficina projeto-obra entre as partes em conflito). O término dessa fase coincidiu com o assassinato de lideranças.

Sob a urgência da pandemia, os trabalhos de extensão e de assessoria técnica do PEU não param. À distância e com segurança, o PEU promove a formação de alunos e professores a partir das demandas daqueles que moram, vivem e trabalham nos territórios assessorados.

As urgências socioambientais evidenciadas com a pandemia reafirmam o pioneirismo do PEU, que, desde 2008, age nos territórios buscando sua reabilitação ambiental urbana, investigando e experimentando tecnologias de base sustentável e em concordância com os valores segundo os quais  seus sujeitos os autoproduzem.