TERRITÓRIO EM PRODUÇÃO: contribuições ao desenho urbano a partir da morfologia autoconstruída

Eduardo Moutinho Ramalho Bittencourt
Caroline Cristiane Rocha

resumo

Esse texto é parte do desenvolvimento de uma pesquisa de iniciação científica que tem como objetivo investigar quais outras possibilidades de urbanização em assentamentos informais são possíveis, considerando a morfologia urbana já existente. Esse questionamento parte da necessidade de se repensar os modelos atuais de urbanização de favelas, promovidos pelo poder público, considerando a hipótese de que se trata de um modelo que busca a imposição da cidade formal sobre a cidade informal, acarretando em soluções urbanas desconexas ao contexto físico ambiental e socioespacial desses lugares. Nessa perspectiva, busca-se refletir nesse texto o reconhecimento da cidade informal, suas potencialidades e a autonomia de seus moradores presente na autoprodução do espaço, como meio de efetivação do direito à cidade. Partindo de estudos do tecido urbano de uma ocupação organizada em Belo Horizonte, buscou-se identificar padrões morfológicos de estruturação do território por meio da análise visual (figura-fundo) com o interesse em revelar elementos da forma desses lugares e reconhecer o seu desenho urbano existente. Pensar esses lugares, produto direto daqueles que ali vivem, configura-se um desafio de deixar transparecer esses territórios como lugares de habitação, subsistência, auto-organização e política, para além do entendimento de precarização habitual