Este artigo busca identificar mediações de primeira ordem entre o homem e a natureza, no modo de autoprodução do espaço pelas ocupações urbanas. Apresenta-se o recorte de quatro anos de pesquisa e extensão realizadas nas ocupações de Izidora, a partir da fricção entre a experiência dos moradores e outras técnicas de gestão e de urbanização do território. As relações com a natureza e modos de vida; a terra (recurso e apropriação, padrão de consumo da terra e estruturação do espaço intra-urbano, função social da terra e da propriedade, direito à cidade); o sítio (elementos pré-existentes, capacidade de suporte e potencial, a formação geológica, o relevo, a paisagem, as fontes e os caminhos das águas, o sol e os ventos); processos de autoprodução e gestão comum do espaço (técnica, organização social e divisão do trabalho) mostraram que a cidade autoproduzida guarda potenciais para a produção menos degradante e desigual do espaço.